8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Olá, queridas!

Não pretendo falar exatamente sore o dia de hoje, ou a história por trás dele. Claro que é inegável o avanço que as mulheres tem alcançado na árdua construção do seu espaço na sociedade... São muitos anos de lutas e conquistas que vem tornando o mundo um lugar onde há mais respeito às mulheres, e isso vai muito além de cozinhar ou não. 

Por isso não quero falar das coisas concretas. Hoje acordei introvertida... quero falar um pouco sobre o lado de dentro...

Vou compartilhar com vocês uma frase de uma das minhas escritoras favoritas e um exemplo de mulher, Clarice Lispector, que sempre me leva a refletir sobre o contraste entre simplicidade e complexidade do universo feminino...


" E como nasci? Por um quase. Podia ser outra. Podia ser um homem. Felizmente nasci mulher. E vaidosa. Prefiro que saia um bom retrato meu no jornal do que os elogios. Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um quê? Um quase tudo" 
Clarice Lispector


Quando eu estava na faculdade, adorava discutir questões de gênero, coisa que aliás virou hábito e faço sem pensar até hoje. O papel da mulher na sociedade, a forma como as mulheres são educadas, o que delas se espera, o que elas sentem... os conflitos internos mais comuns, o que ela representa simbolicamente, páginas e páginas de psicanálise, sociologia, antropologia, e outras "gias"... E de todos os lados, de Freud a Nelson Rodrigues, do Doutor ao paciente no divã, quem tem a coragem de se aventurar a falar sobre as mulheres parece sempre alcançar um ponto em comum: não se sabe ao certo do que se trata. Parece haver algo de insondável no feminino. Algo obscuro. Algo que, pra mim, talvez não  seja mesmo possível de se revelar. Apenas é. Como dia Clarice Lispector, "um quase tudo". Como diria a psicanálise, um quase nada...  E quanta riqueza de vida tem no meio desses extremos!

No carnaval, vi no Facebook uma postagem de uma garota que dizia mais ou menos assim: "homens, porque a fantasia preferida de vocês no carnaval é sempre se vestir de mulher? Não tem uma melhorzinha, não? Essa é muito broxante!" Achei graça. Achei graça porque acho muito compreensível que os homens aproveitem a permissividade embriagante do carnaval para se vestirem de mulher. Ser mulher abre um leque de possibilidades fascinante, pode-se ser tantas coisas de uma vez só que não há como resistir. E nós podemos fazer isso todos os dias. E pra mim esse é nosso maior presente! 

Feliz Dia Internacional da Mulher!



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